26 de set. de 2013

Dédalo.

À procura de certezas inexistentes e intangíveis, andei em labirintos de neurônios entrelaçados por sentimentos que não me levaram à lugar algum. Pelo meio do caminho encontrei, enfrentei e até fiz acordos com demônios disfarçados de pensamentos impuros e confusos. Minotauros!

 Pobre de mim, hein Teseu? Sem Ariadnes ou novelos para me salvar. Para me libertar dessas paredes que refletiam emoções aleatórias. Não havia volta, não sem um plano, não sem método. Qual seria ou quem o proporia? Não era possível ouvir ninguém estando tão distante da entrada dessa magnífica construção mental. Quem ou o quê seria o autor de tal obra.

Enquanto avançava, percebi que alguém também avançava em minha direção. O minotauro, pensei. Como  enfrentaria um ser tão bestial e imponente sem o menor preparo? O que qualquer outro faria em meu lugar? Continuei avançado, agora em velocidade, com mais fúria. Uma investida que o monstro não suportaria.

Por fim, avistei-o à minha frente. Uma emoção estranha permeou meu corpo. Assustado, notei que o monstro era muito familiar, conhecido. Seria algum tipo de técnica maquiavélica promovida pelo arquiteto do labirinto com o fim de me confundir?

O monstro parecia tão supreso quanto eu. Cada parede do local gargalhava enlouquecidamente, como se uma peça de comédia trágica houvesse chegado ao seu clímax doentio e divertido. Eu não podia vencer ou mesmo perder. Não quando enfrentamos a nós mesmos. O máximo que podemos alcançar é a perdição.




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