2 de set. de 2013

Ler

Escrevo nem sei bem porque. Há tempos não escrevo e nunca soube fazê-lo muito bem. Não tanto quanto gostaria. Um dos motivos, talvez, seja uma felicidade despertada por novas leituras. Ler transcende um pouco a nossa "(in)significante" existência.

Lá, naquelas páginas originárias de uma mente genial, doentia ou apenas tediosa, podemos não ser o que queremos ou pretendemos, mas somos o que não somos em nossos mundanos papeis de ficção com toques cruéis de realidade.  Lá realizamos quase nada além do que já foi escrito, o que não difere tanto do "real" não fosse pelo fato de representarmos diversos papéis ao mesmo tempo. Depende da nossa imaginação, do interesse, do prazer permitido. Eu, você, nós decidimos.

Enquanto lemos caminhamos por trechos de papel marcados com tinta e argumentos que não nos pertencem e sobre os quais não temos poder algum. Não podemos alterá-los e isso nos rende alguma satisfação. Afinal aconteça o que acontecer, independente da personalidade assumida ou do cenário escolhido, a culpa não será nossa.

Nenhum comentário: