24 de dez. de 2013

Então, é Natal!

Meus Natais nunca foram bons. Não depois que passei dos 18 anos. A cada ano eu precisava ficar de casa em casa de amigos próximos porque meus pais e parentes não ligavam pro Natal. Não ligavam nem para si mesmos, iam ligar pro Natal? Claro que não.

Hoje eu não tenho mais essa vontade de passar pelas casas dos amigos. Fica parecendo que sou orfão, que não tenho casa ou família. "Olhe só, pobre coitado, veio pra cá comer porque a família não está nem ai pras festividades de fim de ano". Sem essa, não me presto mais a esse papel. Mesmo que ninguém tenha pensado dessa forma, não quero correr o risco. As pessoas acham que ao fazerem uma boa ação adquirem o direito de criticarem o beneficiado. Pequenos humanos!

Por essas e outras que prefiro ficar sozinho em casa. Bem ou mal, todos morremos sozinhos. Por acaso já viu alguém querer morrer com alguém? Não mesmo.

Eu me sento virado para a janela, com um bom vinho e bom sanduíche de pernil. Ligo o som e coloco alguma música boa e lá estou eu, com a melhor das pessoas com quem alguém poderia estar. Não preciso ouvir piadinhas de parentes, histórias de tia velha ou aturar aquelas pestes de primos que ficam o tempo inteiro fazendo merda.

Você pode estar pensando o quão triste pode ser passar o Natal sozinho, sem querer que as pessoas se aproximem. Querido, eu quero que as pessoas se aproximem, mas tá difícil achar alguém que realmente valha à pena. E quer saber? O que é passar um só dia sozinho, se eu originalmente moro sozinho? Triste é passar um dia com um monte de gente que vai te criticar após sair sua casa, que vai reclamar da sua bebida e da comida servida. Sendo que na hora de encher o bucho, todo mundo enche sem o mínimo critério.

Prefiro mil vezes a tristeza real e palatável a tristeza que se tenta disfarçar enfiando um monte de gente na sua casa. Gente que nem sequer, durante o ano inteirinho, ligou pra saber como você está.

Feliz Natal e com pessoas que se importam.

- Milton

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